quarta-feira, 6 de novembro de 2013

14 anos de casados, 18 anos juntos


Uma frase que me marcou muito foi dita pelo meu pai, em uma das muitas vezes que ele me dava sermões por causa do meu excesso de glamour (lê-se peso kkkkk): 

Quando você ama alguém, sempre vai enxergar a pessoa do primeiro momento. "Passam-se os anos, adquire-se experiência, rugas, cabelos brancos e peso, mas a imagem guardada é aquela de quando se apaixonou" 

E eu vejo que há um fundo de verdade nisso, mesmo passando muitos anos, eu sempre vejo aquele rapaz que tocou meu coração de forma diferente.


Meu namoro foi bem diferente - se não totalmente - dos namoros das minhas amigas. E também muito atribulado! Muitas pessoas apostavam suas fichas, torcendo para que meu relacionamento não desse certo, muito diz-que-me-diz, muitas crises motivadas por ciúmes dele graças à diferença de idade (ele 22 e eu 14 anos) e minha imaturidade. Antes dele não tinha namorado com ninguém, nem imaginava como manter um relacionamento amoroso. Porém, acredito que justamente as tais diferenças e as lutas que passamos no namoro - e no casamento - é que tem ajudado a nos manter ligados um ao outro.

Por estarmos tanto tempo juntos, muitas pessoas podem acreditar que vivemos num mar de rosas. Não é verdade! Alguns momentos sim, em outro estamos no olho do furacão, já rompemos, reatamos, mas em todos esses momentos eu sempre vi que somos almas gêmeas.


Hoje completamos 14 anos de casados, estamos passando por uma fase boa na nossa relação, de muita cumplicidade. Eu não estou passando por uma fase boa comigo, vira e mexe ando chateada com algumas coisas que me perturbam, mas quando o Claudio senta para conversar comigo, perguntando o que me aflige, mesmo já sabendo do que se trata, ele me ouve pacientemente, fala algumas poucas palavras para que eu reflita, e em seguida já me sinto melhor. Não vou comentar hoje no blog essa situação, vou esperar superar, mas gostaria de comentar uma outra do nosso passado em que sua companhia foi de extrema importância para mim.



Quando meu filho Pedro completou 6 meses - nessa foto acima - mudamos de Itaquaquecetuba-SP para Castro-PR. Não conhecíamos ninguém na cidade, nem a própria cidade. Foi um começo difícil, mas aos poucos fomos nos acostumando à cidade - muito linda por sinal. Trabalhávamos com representação comercial de medicamentos, no período da manhã, de terça a sábado. Na minha opinião, foi o período que mais passeamos e nos divertimos! Tínhamos necessidade de fazer algo paralelo e logo começamos a trabalhar com voluntariado, em um bairro muito pobre da cidade. Era de cortar o coração! Crianças que não sabiam o que era ter amor de mãe, pai, muitas nem sabiam quem era o pai ou os pais estavam mortos por causa de drogas, muitas nem sabiam o que era gelatina! O trabalho era desenvolvido por uma Instituição "X", porém assumimos a frente do trabalho e logo vimos esse trabalho crescer!

Nós fizemos muitos planos para essas crianças! Eu estava empenhada em ensiná-las a tocar violão, a mexer no computador, a trabalhar com artesanato, muitas ideias vinham em nossa mente. Mas, a nossa luz começou a incomodar outras pessoas dessa Instituição. Uma delas, que se dizia tão amiga, não concordou comigo quando ela exigiu que eu só tivesse amizade com ela (kkkkkkkkkkkkk) e eu disse que não concordava com amizade que me deixava presa, sem que eu me envolvesse com outras pessoas. Lógico, ficou um clima desagradável no ar, mas não ia ceder a essa pressão. Isso não é amizade, é posse. Deixamos de nos falar, as fofoquinhas começaram a correr dentro da Instituição, porém eu e o Claudio estávamos alheios a isso porque nosso foco era o trabalho voluntário com as crianças carentes, elas sim precisavam de nós.

Encerrando mais um dia de nossos trabalhos e nos encaminhando para uma reunião dessa Instituição para falar como estava o trabalho com as crianças, senti de alguma forma que aquele tinha sido o último dia do nosso voluntariado ali. Não se explicar ao certo essa sensação, mas todas as vezes que sinto já vou me preparando psicologicamente. Dito e feito: o líder da Instituição disse que havia um clima de animosidade no ar, que havia muitas fofocas e em conversa com os demais membros, decidiram que era hora de me afastar do trabalho, que já haviam escolhido outra pessoa para assumir minha posição. Falaram até que eu nem deveria mais aparecer por lá e para que eu não me sentisse tão só, o Claudio também estava afastado. Naquela hora senti que estava no meio de um tsunami. Eu fiquei totalmente sem reação, pelo que eu havia entendido, tudo de ruim que estava acontecido a culpa era exclusivamente minha. 

Quando a reunião acabou, entramos no nosso carro em silêncio. Todas as pessoas foram embora e nós, juntamente com o Pedro que dormia profundamente, ficamos em silêncio dentro do carro. Quando olhei para o Claudio, nos abraçamos e começamos a chorar. Percebi que nós dois havíamos perdido nosso chão. Foi muito duro, mas em anos de convivência, ali passei a relembrar de todos os momentos difíceis que passamos e todas as vezes que chorei, o Claudio chorou comigo; todas as vezes que vibrei por uma conquista, ele vibrava comigo.  Semanas depois descobrimos que a pessoa que queria que eu só fosse amiga dela, havia mexido os pauzinhos e usado uma chantagem contra o líder da Instituição para nos afastar. E aquele lindo trabalho entre as crianças carentes parou porque ninguém quis assumi-lo.


Relacionamento vai muito além de química, engloba vários fatores que dependem das duas partes para que se evolua. É querer estar junto, é construir tendo como base o amor, a confiança, a reciprocidade, o respeito e acima de tudo, contar com a bênção e a aprovação divina. É normal os altos e baixos, porém não se poder perder o foco jamais. Agradeço a Deus pela minha metade, sem a qual jamais estaria completa. Amo você e quero continuar trilhando ao seu lado durante a caminhada de nossas vidas!


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Oleh

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